segunda-feira, 8 de julho de 2024

Férias de Verão: El Calafate (Parte 1)

A breve passagem por Buenos Aires era pra ser isso mesmo, uma passagem. Resolver as coisas por si mesmo e não ter preguiça de ler e se informar sobre permite coisas do tipo. Quando vi que os voos chegava e saia do Aeroparque, bem na cidade, não deu outra. Optei pela escala mais longa justamente para ver a capital portenha. Conhecer é muito forte, uma vez que não fiquei nem um dia na cidade. Essa parte, ida e volta, está toda documentada nesse post: Buenos Aires


No dia seguinte a chegada no país vizinho, tomamos o avião rumo a El Calafate, e ali ficaríamos pelos próximos dias. O voo longo equivale a ida de São Paulo a Buenos Aires, 3h. Curioso que no voo entre países a aerolíneas serviu um lanchinho, enquanto que a ida para a patagônia foi quase na seca: deram direito a um cafézinho ou água, quem sabe um refri. 
Duas horas e quarenta depois, já era possível avistar na janela do avião, um 737-800, as montanhas cheias de neve e o terreno semiárido.

Estrada do Aeroporto até El Calafate

Chegamos no aeroporto já caindo para locadora de veículos, uma vez que tínhamos pego um coche para a primeira semana. Quando o cara nos levou para as vagas, fiquei torcendo para que fosse um Argo, pura bobeira, é verdade, mas ainda sim me parecia mais carro que o Etios. Para meu azar, era o Etios. Durante a vistoria, percebi a falta da placa, que o funcionário indicou ser a estampada no vidro, uma vez que a placa nova ainda não havia sido emitida. Achei um tanto quanto inusitado, mas em outro país, naquele (no bom sentido e quase literal) fim de mundo, agi com normalidade. Depois de tudo feito, ao entregar a chave o aviso: tenha cuidado com o vento, não abra a porta sem segura-la e dirija sempre mais pro meio da estrada.  Tudo muito bom, tudo muito bem. Na estrada que levava até a cidade, o portal era também uma espécie de comando fixo, ou seja, a polícia vigiava quem entrava e quem saía. Parados, claro. A moça pede habilitação da digníssima e manda seguir viagem. 

No hostel, fomos informados de que o pagamento via Wise era cobrado com uma taxa adicional, que era cerca de 20 dólares a mais. Totalmente fora de cogitação, uma vez que o valor que carregávamos no cartão era contado justamente para pagamento das hospedagem e não tínhamos efectivo para pagar a acomodação. Com compreensão ímpar da recepcionista, deixamos para resolver depois. O booking não nos ofereceu suporte algum. 



Tinha cachorro por todo lado

Andando pela cidade

Já era 16h e saímos para dar aquela primeira rodada na cidade, ver as coisas e tal. Fizemos toda a primeira vista na Avenida Del Libertador e tudo que a cerca, como as lojas e as ruas paralelas. Vimos também, é claro, o lago argentino. Tínhamos desconsiderado uma coisa que, embora já pesquisada, passou batida: durante o verão, sol perto do polo, o dia é beeem longo, com a luz morrendo já depois das 22h. Portanto, havia tempo de sobra para fazer as coisas com certa tranquilidade. A digníssima ainda quis tomar uma cerveja na cervejaria da patagônia. Há beleza nessas coisas, né. Imagina você, tomar uma cerveja da marca patagônia na própria patagônia. É uma coisa simples mas penso ser de imenso valor. Não acompanhei uma vez que não bebo, hehehe. Mas tomei um Passo de Los Toros, que é horrível. 

Ai começou a bater uma sensação gostosa ao tempo que era realmente impressionante: eram nove da noite e ainda dia. Sempre quis viver isso, mas pensei que viveria na Europa ou quem sabe EUA, um dia. Isto é, se vivesse. Aconteceu aqui, do ladinho de casa, na América Del Sur. Se o inverso vivido um ano antes tem seus pormenores, o contrário é uma delícia de viver. 


Jantamos no La Lechuzita, e na ânsia de experimentar o tal cordeiro patagônico acabei por cair numa massa. Não que estivesse ruim ou isso seja um problema, mas não sou eu o maior fã de massas. Dali, emendamos na orla do Lago Argentino, que parece o litoral sem ondas. Fui cobrado, no hostel, por um outro funcionário sobre a situação de pagamento, fiquei deveras incomodado uma vez que ficaríamos ali por um tempo e já tinha avisado a recepção sobre as conversas com o booking.  



Iríamos, no dia seguinte, El Chaltén, e acordamos cedo para tomar café e pegar a estrada. 3h entre uma cidade e outra. Resolvi a situação da hospedagem, pagando com o propróio Wise mas em pesos, a conversão é automática e ficou muito mais barato que o valor inicial, uma economia de uns trinta dólares. Assim o fizemos e, ao cruzar aquele portal supracitado, o guarda nos parou. Pediu documento e a parada demorou mais tempo. Com algum reparo do guarda as informações na "placa", comecei a ficar preocupado. Ele sinalizou logo para que eu encostasse. Faço lembrar que, terceiro dia na terra argentina e com o espanhol que conheço falado de maneira, por dizer, bem desconexa do que imaginava, pedi a digníssima que tomasse a frente da situação. Mesmo porque, de todo, a reserva do coche era no nome dela. O policial, tomado de boa vontade mas com um sotaque deveras carregado, acabou, depois de muitas tentativas elucidando a situação: não há dinheiro para fabricação de placas, as chapas, no país. Daí a possibilidade do papel colado no para-brisa, frontal e traseiro, identificando o veículo. No entanto, aquele coche, a permissão era de três meses, e aquela altura, a data já fora superada em dois. Explicou que, em tese, deveria aprender o veículo. Mas que - aqui é o ponto mais engraçado da história: ele entendia toda a situação e, por isso, nos deixaria passar, fazendo vista grossa. Ficou claro da maneira que ele gesticulou e isso evidenciou, ao menos para mim, a tamanha benevolência do homem. Entretanto, os pormenores da língua, ele e a companheira haviam entendido que deixaríamos o carro no aeroporto e iríamos embora. A verdade é que teríamos que passar ali ao retornar para a cidade. E explicamos isso a ele. A orientação, então, foi que voltássemos a cidade e fizéssemos a troca do carro. Voltamos, com algum protesto, trocamos o carro e seguimos nosso caminho.

 A intenção, como dito, era ir a El Chálten, mas esse contratempo nos custou, só, 4 horas. E considerando o fato de que a cidade estava há três horas de nós, seis ida e volta, evitamos. Nada poderíamos fazer lá, tampouco valeria a pena. 
Mas seguimos num rolê na Ruta 40, e paramos no Parador La Leona. Antes, cruzamos o Rio Santa Cruz, que deságua as águas das geleiras no Atlântico. Quase levei um tombo daqueles ao tentar chegar as margens do rio, custou a roupa e o tênis todo cheio de carrapicho. 



No La Leona, escolhemos uma refeição e fomos atendidos de maneira incrível por um senhor que nos tratou como em poucos lugares fora tratado antes. Aliás, o "Sur" do país vizinho no reservou atendimentos deveras satisfatórios. Depois da refeição, tomamos a estrada de novo para voltar a El Calafate e claro, dar uma cochilada pra continuar o dia. Nossa siesta foi mais tarde. Levantamos e, por requisição minha, fomos fazer a orla do imenso lago argentino. A hora dourada rendeu belíssimas fotos e boníssimas memórias. 





Essa história continua na parte dois desse post... 



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