sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Férias de verão: Buenos Aires

Não que dê pra chamar de férias em Buenos Aires considerando o fato de que não passei nem mesmo vinte e quatro horas na capital. Mas como sou o senhor desse espaço, assim o farei. 

Para voar até El Calafate, na Patagônia argentina, é necessário pegar um voo até Buenos Aires e fazer conexão. Como não tinha outra alternativa, preferi optar pelo voo que conectava no dia seguinte, para ganhar algumas horinhas na cidade e ver, ao menos, os cartões postais: e fazer câmbio, é claro! 

A primeira impressão de Buenos Aires é que a gente não vai conseguir dar conta. Isto é, a começar pelo dinheiro e suas várias cotações. Logo na chegada, pelo Aeroparque, já há uma certa aflição: você desembarca e tem de escolher entre o Táxi, transporte público ou Uber. Com o porém de que, não há dinheiro para pagar qualquer um desses — não há efectivo, que é o dinheiro em especie. Então você faz um câmbio todo deturpado (e menos rentável) e paga com seu cartão. Aí já se perde algumas platas. Y dale!

Tirando essa aflição que, de prima, a cidade me causou, tudo bem.

Os ônibus são passíveis de serem entendidos com algum esforço a mais. Em alguns pontos param uns, em outros, outros. Mas são bem identificados por um número gigantesco e cores. Aqui preciso dizer que elegi os ônibus como das coisas mais interessantes: parecem ter parado no tempo. Não por serem arcaicos, mas pela estética. Para tomar o ônibus é preciso dizer ao motorista onde vai descer. Daí se muda o preço da passagem, que é uma bagatela, por sinal.

Estética, aliás, é uma coisa louca. Buenos Aires é velha, mas que se deu ao trabalho de se preservar (ao menos o pouco que vi) e faz com certa elegância. Especialmente Palermo, onde fiquei. As ruas lembram em certo ponto as ruas do Rio de Janeiro (as regiões mais novela das nove!). Os carros fazem ter a sensação de que não se está tão longe de casa.

Em primeiras impressões vale destacar também que a cidade parece viva. O portenho gosta e faz questão de usa-la. Nacionalistas convictos. Plana que até impressiona.

OTRAS COSITAS MÁS

Fizemos o câmbio - a rua Florida é cheia de gente louca pra fazer câmbio. Se procurar na internet, verá que há o câmbio oficial (tarjeta) e o câmbio paralelo (câmbio blue). Nas ruas se oferece o chamado blue, que acaba sendo a melhor cotação, e mais vantajoso. Como disse, não posso dizer a respeito da relação câmbio/segurança com essas pessoas no ~calçadão~. Fui numa casa “brasileira”, mas que não vou recomendar por achar o atendimento deveras soberbo. Mas a troca foi feita falando o bom e velho Português e com certa segurança.

Dali partimos rumo a Casa Rosada. Bonita mas superestimada. Destaque para um tango dos artistas de rua, com uma cadeirante a bailar.


Mas aquilo, é obrigatório por que é, e ponto. Dali pro Obelisco, bonito sobretudo pelo movimento que se tem ali. Na avenida a tarde ia dando tchau e o céu coloriu o dia com uma cor muito bonita. Me causou satisfação ver todo aquele movimento, aquelas cores e tal. Aquela sensação clara de que se está de férias, livre de compromissos e só aproveitando a vida.

Com uma pequena confusão com o metro (subte) cheguei ao Hostel para um banho e, depois, sair pra comer. Coca, pizza e uma empanada puseram ponto final na noite.

No dia seguinte, bem cedo despertei e tomei o ônibus para o Monumental de Nuñez. Como disse, tudo muito fácil. Logo estava lá e fiz algumas fotos e vi o colosso por fora (o museu só abriria as 10h). Precisava voltar para pegar o voo.

Antes ainda fiz uma parada pro café, que rendeu a foto ao lado

Na volta, ainda tinha mais algumas horinhas na capital. Então foi correr até La Boca, para ver La Bombonera: por fora, já que as visitas na parte interna estão suspensas. Fui também ao Museu Boquense. Doze mil pesos, penso, saiu caro demais para o que havia. Claro, muita história se conta ali e muitos artefatos estão expostos, mas ainda penso faltar algo mais chamativo para justificar o preço altíssimo, R$60 na cotação do dia. Na porta do estádio, todas as lojinhas cobram um absurdo para tudo. É claro que é uma região de turista, mas beira o inacreditável pagar trinta reais em um ímã de geladeira. O Bairro de La Boca conta com outro cartão postal, presente em 11 a cada 10 posts: Caminito. Esse eu achei a maior tourist trap de todas. Entendo a história do lugar etc e tal, mas é óbvio que tudo se perdeu em nome do turismo - e de querer o dinheiro dos turistas. Tudo muito caro e igual. Mas foi lá, na famosa esquininha, que comprei a caixa de alfajor. Preciso dizer que dei mais valor a ela depois que voltei de viagem, to louco por um alfajor hahaha. 


Dali, emendamos para San Telmo, e passei rapidinho pelo mercado, tomei um sorvete Freddo de Dulce de Leche e fui fazer a foto com a Mafalda. Tinha fila, mas nada muito absurdo. 

Voltei, tomei um banho e fui para Puerto Madero: extremamente movimentando já que era sábado a noite. Na ponte, rolava vários ensaios fotográficos, de debutantes inclusive. Fiz todo o rolê e volto a afirmar que curti o que já disse na primeira parte desse texto: eles gostam e fazem a cidade ficar viva. Escolhi um lugar para jantar que acabou se revelando uma péssima escolha. Era uma Parrilla, mas que levou cerca de cinquenta minutos pro meu prato sair: veio frio. Revelado o desprazer a garçonete, tentou consertar oferecendo um postre: entre outras coisas, no postre, tinha uma bola de sorvete, que não veio. Decepção total! 

Voltei no domingo, junto com a equipe de handebol do Brasil, que havia conquistado um troféu no dia anterior. Mesmo quando fujo do esporte, ele não sai de mim. 

Até mais! 



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