Antes de mais nada é preciso dizer: vai ter sempre um chato na história. Em mais ocasiões que gostaria, o chato sou eu.
O que vou escrever é, logicamente, sobre a minha, e tão somente minha, ótica do fato. Meu lugar é de alguém que está tão arraigado nessa história e que faz isso, ou tudo isso, parecer mais do mesmo. E é sobre isso que quero falar.
Penso que, em certo sentido, não sou eu o publico que o filme pretende atingir. E o papel dele é mostrar, para aqueles que não conhecem, um pouco da história do São José. E isso ele faz muito bem.
O Voo da Águia - Amor por ti é pouco. 3/5
Primeiro é preciso dizer que deram uma baita sorte em fazer as diárias de filmagem justamente nos dias mais gloriosos do São José nesse milênio. Baita sorte, mesmo.
O documentário mostra o São José Esporte Clube, sob a ótica da torcida e das pessoas da imprensa e diretoria do clube. Nele, a história do São José é revisitada por todas as pessoas que dedicam um grande amor ao clube.
Embora emocione, uma vez que toda essa gente e esse que vos escreve esteja ligado ao clube por laços que não são possíveis mensurar, sai do teatro com a sensação de poderia ter sido mais.
Senti que o filme explorou tudo de maneira muito superficial e não saiu muito do que é muito genérico quando fala do São José. Deu muito tempo de tela para os tempos de glória entre fim dos anos 70 e começo dos 80. E isso não é exatamente um problema, mas é o trivial do São José. É como torcedores que insistem em dizer que torcem pro São José há décadas e usam, como exemplo, os jogos da campanha de 89. Alguns deles, no entanto, jamais foram vistos por aquele que frequentam o Martins Pereira muito antes de eu pensar em nascer. Oras, é claro que estava lá. Se o time vai bem, o estádio está sempre cheio. É cultural do futebol brasileiro. Como diz um amigo, quando o filho é bonito, todo mundo quer ser pai. Na boa, muita gente vai.
Quando resolveu explorar os anos dois mil, passou uma linha para resumir quase vinte anos. Usou pouco de conteúdo de jornais, ou mesmo de canais no youtube como o Sou São José EC, que documentou, de certo modo, a rua no ano do título e acesso a série A3. Gastou tanto tempo de tela falando o trivial que precisou correr para entregar o restante, atropelando vinte anos. Mas por que faço questão que tenham sido lembrados? Por que as pessoas, e a gente até, de certo modo, tem que lembrar sempre do caminho que foi trilhado, das batalhas, das glórias e das lutas, principalmente. Houve momentos para o São José em que, estar em campo já era uma vitória, e as pessoas precisam entender o tamanho disso sob essa ótica. Sob a ótica de um time que hoje está na série A2 e na série D do brasileiro, mas que pouco tempo atrás era vitorioso por apenas existir. Por que isso só engrandece o feito.
Por fim, meu problema com a fala de um dos produtores ao dizer que: se houve um erro de data, eu peço que me perdoem - se o filme tem por ambição contar a história e ser o documentário definitivo, então ele precisa ser responsável com a data. Entendo que erros podem acontecer, mas não é o que espero ouvir de um dos produtores, porque demonstra uma certa falta de cuidado com esse detalhe, ainda que esse não tenha sido o caso.
No mais, fico feliz pelo documentário dar voz a uma pessoa em especial: Valtencir Vicente, que é, hoje, a memória viva do São José Esporte Clube.
O filme me emocionou e me deixou ansioso por uma parte dois.
Confira o filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=9htGTL1MQnE
Há tempos não fazia meu escriba sobre um filme, hein... mas esse precisava falar. A seguir, outras produções futeboleiras de uma pegada um pouco diferente, mas que acho incrivelmente caprichadas e emocionantes.
https://www.youtube.com/watch?v=opVHxIHSQlU - Pequenos clubes, grandes torcedores.
https://www.youtube.com/@dozefutebol - Doze futebol.
Até mais!
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