segunda-feira, 3 de abril de 2023

Cinquenta estádios de futebol

Maracanã, 38º Rodada do brasileirão 2018 - Fluminense 1x0 América MG
Acho curioso como alguns números são marcos. Nunca parei para pesquisar, inclusive agora, momento em que escrevo isso. Permanecerei na minha vã ignorância. Por que, afinal, a gente celebra muito os marcos que terminam em cinquenta? Acho muito razo pensar que é por ser metade de cem, uma vez que eu me perguntaria o por que do interesse em celebrar a centésima, hahaha.

Mas aqui, então, seguindo os padrões: Cinquenta Estádios de Futebol. Foi ao conhecer o estádio quinze, talvez, que me dei conta que conhecia mais estádios de futebol do que um dia imaginei conhecer. Mas sempre apreciei e consumi tudo que diz respeito a cultura de arquibancada. A maioria, até então, era conhecida para ver jogos do meu interesse: isto é, aqueles em que estou envolvido emocionalmente com a partida. Quando acontece isso, não rola de observar o clima da torcida local, as identidades ao redor do templo, etc.etc. Jogar de visitante é uma delicia, mas deveras estressante. 

Quando percebi que havia na internet uma comunidade que fazia disso um hobby, pensei em então que poderia ser eu um "membro desse clube" mas com muita modéstia, uma vez que existem verdadeiras lendas no que diz respeito a prática groundhopper.

Fui fundo pesquisar a prática e como cada um tinha critérios próprios. O meu, definido pelo ILBDI (Instituto Lucas Barbosa de Decisões Inúteis) foi de considerar apenas canchas em que vi uma partida com torcida. 

E desde então, vou atrás de jogos sempre que posso. Nem sempre os mais populares, uma vez que adoro também aqueles perdidões... um lado alternativo que muita gente que diz amar o esporte bretão não conhece. E que, de certo modo, é parte da minha realidade uma vez que o São José frequenta o submundo futeboleiro desde que me conheço por gente. 

A exceção de todo o tesão de jogar - e ganhar de visitante, fica o registro as canchas que conheci por escolha própria. Pra vivenciar o ambiente local, como já dito anteriormente.

Cinquenta estádios representam, então, cinquenta maneiras diferentes do gesto de torcer. Da cultura local, que vai da comida, dos cantos, das gírias e até das regras não escritas que a gente sabe sem saber quando aprendeu. 

Sempre que dá, encosto num local e converso com ele sobre os hábitos. Fora a observação. Vou a esses jogos para ver a torcida, o estádio. O jogo, claro, é só o pretexto pra isso.

E sinto o mesmo prazer em ver um jogo do Aimoré em São Leopoldo ou o Benfica, em Lisboa. Badalado ou não, cores do coração sempre serão cores do coração de alguém. Ama-se pelo sentimento de amar, não pq faz sentido. E valorizo a dor, alegria e sofrimento de qualquer um que dedica alguns momentos da sua vida a torcer por um clube de futebol: Pq sei o que é viver essa vida. Abaixo alguns links que me referenciam no que diz respeito a visão exposta aqui de maneira rasa. Adorava ler Gilmar Mascarenhas falar da relação. Fica a coletânea de links como homenagem. 

  1. Festa no estádio;
  2. Geral sim ou não? Uma cidade a procura de si
  3. Brasil e Alemanha: o que dizem nossos estádios sobre cidadania e pluralidade
  4. Das cidades atingidas pela Copa: Salvador (BA)
  5. O futebol como “cimento social”: uma (breve) reflexão sobre a teoria do consenso
  6. Maracanã: um rio que virou represa

Marquei o quinquagésimo estádio com muita alegria e sigo por ai, buscando mais territórios do torcer. Olhar para um estádio, sobretudo quando não é meu time que está jogando é ter uma visão de mim mesmo, mas de outra perspectiva. 

Sei que o futebol em minha vida representa mais do que deveria representar - mais do que seria saudável, inclusive. Olhar de fora para um mundo que é tão meu me emociona muito. Que venha o centésimo. 

até mais! 


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