terça-feira, 6 de dezembro de 2022

A banda do meu coração


Tem quase dez anos que a turnê que celebrava os 30 anos dos Paralamas do Sucesso rasgava o Brasil. Foi a primeira vez que vi a banda, ao vivo. Fui com a Camila. Não lembro, entretanto, quando a banda entrou na minha vida.

As músicas dos Paralamas mexe de tantos jeitos comigo. Meu coração, humor, etc e tal. Melodias e letras, tudo isso, tocam fundo no meu peito quando toca o Paralamas. Deve ter sido ali, com unz dezesseis, que conheci os caras. Eles já tinham trocentos anos de estrada, é claro. Por questões de idade, não cheguei a presenciar um show da banda anterior ao acidente que quase acabou com a vida de Hebert e do Paralamas. Mas graças a Deus, Hebert se recuperou e a banda... a banda continua seu show, Brasil a fora. 

É o maior barato cantar as músicas que minha mãe e meu pai cantavam quando tinham idade semelhante. É a banda da adolescência dela, não a minha. Os Paralamas são antes do meu tempo. E daí?

Mas voltando ali, Dezembro de 2013, meu primeiro show dos caras no Luso. Porra, que alegria. Lembro bem. Fui embora feliz da vida. A banda que mais gostava no Brasil numa energia fenomenal e num set recheado de músicas da carreira, afinal, a turnê passava por toda a carreira da banda. Foi um estouro. Terminei o show com os olhos marejados.

Corta pra 2018, no patético Palácio Sunset, e os Paralamas rodam o país pra apresentar o "Sinais do Sim", e vou, claro. Baita show, em que pese a acústica merda do lugar. Já conhecendo o disco novo, foi um set inteiramente conhecido. Ao fim, Bi Ribeiro arremessa a palheta, que cai ao lado do meu pé. Piso enquanto alguém força para que minha mão saísse dali: não, vai, não, é minha! E volto pra casa com a singela lembrança. Meio puto com a acústica merda da casa mas feliz por ter visto os caras outra vez. A entrevista da banda, lançando a turnê, pro Conversa com Bial é muito boa de ser apreciada, uma vez que passa pela composição de músicas do novo e de outros álbuns. Bial comenta sobre uma entrevista que deu, na época do rock in rio, sobre quem iria estourar pós RiR85: Os Paralamas. Não deu outra. 

Esse ano, no Festival A Hora do Rock: espreme aqui, Rita, vamos ficar aqui pra ver Os Paralamas tocar. E vimos, ali, de pertinho. Terminei a hora suado e rouco. A Rita até chegou a fazer um vídeo enquanto eu estava ali, de alma aberta, apreciando os caras. Sai o Paralamas do palco e sou tomado por uma certa tristeza: quando os verei de novo? Por que passei tanto tempo sem ver esses caras ao vivo? É que se os tempos não são os melhores, é preciso se reconectar com as melhores energias que o universo pode me oferecer. 

Aniversário de Taubaté, aquela cidade cujo o nome não gostamos de mencionar, e Os Paralamas vão tocar. Bora pra lá!
Domingo de chuva, então, não tem muita gente. Tem lama, que sugestivo. O set mais completo que a hora única tocada no festival dias antes. Matei quase que o set completo sempre que Bruno me perguntava qual seria a próxima. Bruno que se viu surpreso quando revelei não gostar das musicas mais "baladinhas" dos caras. Mas todas cantadas como se não houvesse amanhã. Sai rouco, suado e, principalmente, feliz. Se muita das bandas de quem sou fã já não tocam mais, que alegria, então, que os preferidos sejam assim, tão ativos e energéticos. Tem mais coisas sobre esse dia, mas como eu já me perdi nesse texto, de qualquer jeito, encerro por aqui. Você pode me perguntar se me ver, claro.

Quando falo de coisas ou alguém que amo, penso nunca ter dito o suficiente. Então pra deixar claro: Os Paralamas do Sucesso é a banda da minha vida, do meu coração. Por que em todos os momentos que me faltam palavras, ou necessito alguma reflexão, tem sempre um verso e uma melodia que fala o que não sou capaz de expressar. 

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